terça-feira, 7 de junho de 2011

Cannabis Sativa, porque regulamentar?

Hoje falarei sobre a Marcha da Maconha, que aborda a legalização da erva. Assunto polêmico, não é mesmo?! Assuntos são polêmicos quando existe o debate a cerca do mesmo. E pode haver um debate onde uma das partes não pode opinar? Pois bem, assim começo meu post. No último sábado (21 de maio) houve a Marcha da Maconha em São Paulo. Uma caminhada pacífica que partiu de um dos maiores pontos turísticos da capital: o Masp. A Marcha da Maconha, para quem não conhece, é um evento mundial e que no Brasil conta com a participação de 17 cidades. O objetivo não é fazer apologia ao uso da droga, mas propõem uma discussão sobre a legalização da maconha. A maconha já é usada como forma medicinal nos países de primeiro mundo, mas o Brasil está atrasado também neste aspecto. Além do uso medicinal, discutem-se aspectos sociais, culturais e até religiosos da maconha.
Usuário não é traficante.
Partindo desse pressuposto a legalização (ou descriminalização) deveria existir a tempos. Uma proibição que começou de forma preconceituosa está cada vez ficando pior. Nos E.U.A., pioneiros na criminalização da maconha, diziam ser uma droga de mexicanos. O Brasil, por sua vez, aderiu à criminalização dizendo ser uma droga de negros. A verdade é que nunca houve um relato sequer de uma morte causada pelo uso da maconha, enquanto cigarro e álcool matam milhões por ano. Mas continuam a bater na tecla de que a erva “mata” os neurônios. A partir desta afirmação, a ciência estuda a anos a maconha. Todos os resultados tem sido positivos. Droga é droga, claro. Mas tem se comprovado ao longo de pesquisas que a maconha faz um mal muito menor do que o álcool e o cigarro. Temos estudos, temos resultados, temos dois lados da história. O que se deve fazer, a partir disso? Amparada pela nossa constituição, buscou-se a liberdade de expressão. Mas como nos tempos de ditadura política, a mesma foi negada aos manifestantes. Em um primeiro momento tentaram proibir a passeata. Sendo uma proibição inconstitucional, ficou acordado que a palavra maconha e a apologia da mesma seriam expressamente proibidas. Os defensores da causa foram fazer sua passeata pacífica e a Polícia Militar, por sua vez, agiu como agiam os militares de 1964 a 85. Abuso de poder, pancadaria, spray de pimenta e muita correria. Em pleno século XXI, onde homossexuais conseguem o direito de se casar oficialmente e constituir família, a liberdade de expressão nos é negadaSinto que essa mania brasileira de manter-se cego e imóvel diante dos fatos é um retrocesso histórico. Quem nunca fumou um? Quem não conhece alguém que fuma?
Pare e pense!

Este alguém é bandido? É traficante? É mau caráter?
Imaginando sua resposta, afirmo: então ele não pode pagar como se assim fosse. Usuário não quer lidar com traficante e nem financiar guerras. Usuário não quer fortalecer o armamento ilegal e não quer ser ilegal. Usuário quer que as leis sejam revistas e, acima de tudo, quer ser ouvido. Se você não é usuário, assim como eu, pense que seu filho pode ser. Você não vai querer que ele seja trancafiado nas péssimas cadeias brasileiras, virando amigo de ladrão, assassino e estuprador, vai?!
Está na hora de regulamentar o uso da maconha.
Regulamentar quem pode produzir (liberar o plantio de maconha para consumo próprio), quem pode vender (estabelecimentos credenciados, taxados e com qualidade do produto fiscalizada) e quem pode usar (maiores de idade e somente em contextos específicos, ou seja, nada de maconha ao volante, maconha na escola, maconha no trabalho ou em ambientes fechados – isso sem falar no óbvio: nada de propaganda de maconha ou de qualquer outra droga, como bebidas alcoólicas e cigarro, nos meios de comunicação) a maconha e, principalmente, preparar educadores para a abordagem do tema nas salas de aula: essa deve ser a agenda das políticas sobre drogas no século XXI.
E, quando se fala em educar sobre drogas, se fala em buscar a construção da autonomia, ou seja, nada da ladainha religiosa que equipara as drogas ao demônio. Drogas são substâncias importantes para o ser humano há milhares de anos e precisamos conhecê-las cada vez mais e melhor a fim de sabermos como aproveitar seus potenciais, evitando ao máximo seus riscos.

Por: Igor Carraca

5 comentários:

  1. Sobre a legalização da maconha eu sou um tanto quanto contra , mesmo que seja apenas para maiores de idade , enfim nós brasileiros sabemos que somos um tanto teimosos ,e com isso muitos jovens acharam que também tem o direito de usar. Com isso só ira surgir mais e mais problemas para o nosso país subdesenvolvido. E outra dizer que usuários são traficantes ou algo do tipo eu também acho um absurdo , porque quando um pai pode estar falando isso , seu filho pode estar em uma roda de amigos usando ou fumando qualquer tipo de droga ... eu simplesmente acho que nós todos devemos respeitar e aceitar as escolhas de cada um , enfim somos todos iguais braços dados ou não.

    Mariana Carolina

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  2. Mas nesse caso a legalização abre caminho para um outro lado muito interessante, o uso medicinal! Ao plantar em casa tu nunca mais irá precisar comprar novalgina ou qualquer outro analgésico, já que melhor que a maconha para o tratamento de dores só a morfina!

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  3. tem coisas que concordo e outras que não texto bem produzido mas pra que se estarrar tanto? hahaha

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  4. Cadê a estarração? Por pensamentos assim que o assunto continua como tabu, não se pode falar de qualquer coisa que logo você é atribuído à ela!
    Se defende o aborto tu quer matar crianças, se defende a legalização é maconheiro e por aí vai...

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  5. Estarração onde? Tem uma parte que o cara deixou claro ali. "Se você não é usuário, assim como eu (...)" não tem estarração nenhuma, concordo com o blog, por pensamentos assim que o assunto continua como tabu, abra sua mente!

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